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Superestabilização do Cloro em Piscinas: Mito ou Verdade?

Superestabilização do cloro em piscina: Mito ou verdade?

Superestabilização do Cloro em Piscinas: Mito ou Verdade? Uma das maiores polêmicas quanto ao tratamento de piscinas — se não for a maior — diz respeito aos cloros estabilizados. Muitos afirmam que este tipo de composto clorado, conhecido também como cloro orgânico, pode superestabilizar o cloro residual da água ao ponto de eliminar seu poder de sanitização. Será isto verdade ou mito? Fique por dentro em mais este artigo elaborado pela equipe técnica da Piscina Fácil.

Quem é o responsável pelo suposto fenômeno da superestabilização do cloro em piscina: mito ou verdade? Seria o ácido cianúrico. Um ácido fraco, sólido e que possui baixa dissolução. Sua principal função, quando adicionado em piscinas, é agir como um “filtro solar” contra os raios ultravioleta provenientes do Sol afim de reduzir sua degradação. Dessa forma, conforme comprovado em diversos artigos científicos, o ácido cianúrico é capaz de manter por muito mais tempo o cloro residual em uma piscina, permitindo, assim, um combate mais efetivo aos microrganismos prejudiciais à saúde dos banhistas.

O ácido cianúrico pode ser adicionado a piscinas de duas formas: em conjunto com os cloros orgânicos, sendo eles o dicloro e o tricloro — uma vez que eles fazem parte de sua composição química — ou podem ser aplicados separadamente, pois, este produto também é encontrado em uma versão pura. No Brasil são poucos os tratadores que aplicam o ácido cianúrico puro, além de ser um produto relativamente caro, é dificilmente encontrado em lojas de materiais para piscina.

Para se ter uma ideia da ação do ácido cianúrico , em uma piscina com 2 PPM de cloro residual livre, após duas horas de incidência solar, seu cloro residual livre permanece próximo a 1,5 PPM (quando adicionado 20 PPM de ácido cianúrico a água) enquanto que esta mesma piscina apresentaria cloro residual zero (caso não fosse aplicado ácido cianúrico) no decorrer do mesmo tempo. Tal estudo consta na figura 29-2 do livro Piscinas Litro a Litro de Nilson Maierá.

Figura 29.2 do livro Piscinas Litro a Litro, de Nilson Maierá.

No entanto, críticos ao cloro estabilizado afirmam que com o passar do tempo o acúmulo de ácido cianúrico na água tornaria-se prejudicial, sendo necessário renovar parte da água uma vez que não existe outra forma de reduzir sua concentração. Atitude inadmissível em tempos de economia de água.

Já os defensores do uso do cloro estabilizado, ou seja, do cloro com ácido cianúrico em sua composição, afirmam que é impossível se chegar a uma concentração tão alta que impediria o cloro contido na água agir.

O renomado autor, Bacharel em Química Tecnológica, Jorge Antônio Barros de Macedo, em seu livro Água & Tratamento & Química, o qual descreve a ação do ácido cianúrico em piscinas por meio de diversas fórmulas químicas e citações de trabalhos científicos ao longo de oito páginas afirma:

“Denomina-se superestabilização a presença em excesso do ácido cianúrico, cuja terminologia americana denomina de “chlorine lock” ou “over-stabilized”, a presença em excesso do ácido cianúrio impede a ação do ácido hipocloroso (HCLO) sobre os microorganismos”

“O ácido cianúrico gerado pelos derivados clorados orgânicos, em função de seu pH, estarão na forma de íons (partículas carregadas) e para que a superestabilização ocorra é necessário que o ácido cianúrico esteja na forma não-dissociada…”

O autor segue afirmando:

“na faixa de pH próximo da neutralidade de 7,2 à 7,6 vamos encontrar em torno de 99,7 a 99,8% do ácido cianúrico na forma dissociada (cianureto) o que impossibilita o processo de superestabilização.”
“As referências bibliográficas EPOOLSANDSPA (2003ª) e ATTBI (2003), reafirmam que o nível recomendado para o ácido cianúrico varia de 30 a 50 PPM, com um máximo de 100 PPM e indica um mínimo de concentração de 10 PPM e ressalta que o efeito de concentração acima de 400 PPM de ácido cianúrico está vinculado com o excesso de sólidos totais dissolvidos (TDS) ou com o cloro combinado (cloraminas inorgânicas) e não com o feito denominado de “chlorine lock”; a seguir transcrevo as informações fornecidas pelas referências, que correlacionam a superestabilização com uma falsa informação fornecida pela indústria.”

“Chlorine Lock, a term given to a condition once thought to be produced from a high cyanuric-acid leves tying up free available chlorine, has been proven false by the industry. Generally, high cyanuric-acid levels of 400 PPM or higher are associated with excessive (TDS) or combined chlorine or chloramines and not Chlorine Lock.”

Por fim o autor Jorge Antônio Barros de Macedo conclui:

“As informações apresentadas nesta revisão mostram que o processo de superestabilização só é possível em pH muito baixo, inferior a 4,74; considerando a hipótese de que o valor de 400mg/litro de ácido cianúrico seja referência para que ocorra a superestabilização, teríamos que utilizar uma solução com uma concentração maior que 800 mg/litro de ácido cianúrico, para que exista no meio aquoso uma concentração de 400 mg/ litro de ácido cianurico não dissociado, o que é impossível de ocorrer em condições normais de tratamento de águas.”

Considerando o exposto, apesar de diversos tratadores de piscinas, lojistas, fabricantes de cloro e até mesmo algumas bibliografias “técnica” afirmarem que uso contínuo de cloro estabilizado levaria a um excesso do ácido cianúrico na água, fica esclarecido que isto não é verídico.

Quando se afirma que a concentração de ácido cianúrico pode chegar a níveis perigosos em piscinas, está se cometendo o erro de não considerar que mais de 99% do ácido cianúrico aplicado se dissocia em cianureto, produto este que não gera a estabilização do cloro, sendo assim, a superestabilização do cloro em piscinas com pH dentro da faixa aceitável é um MITO.


Ainda ficou com alguma dúvida? Deixe seu comentário abaixo que teremos prazer em respondê-lo!

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Conheça o Autor

Conheça o Autor

Sócio administrador da Piscina Fácil, Vinicius Teixeira dos Reis é Engenheiro de Aquicultura, formado pela UFSC em 2008 e Engenheiro Civil, em formação, pela UNICESUMAR.

Apaixonado por águas, trabalha como piscineiro, laguista e construtor. Além dessas atividades, ministra cursos e cria conteúdos sobre Tratamento de Piscinas, Construção de Lagos Ornamentais, Piscinas Naturais, Jardinagem e Paisagismo.

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